Maio 6, 2024
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O milionário James U. Sperling não quer que sua filha mais nova Gwenn se case com um cara que não presta. Louis Rony, o jovem em questão, não é lá flor que se cheire, mas Sperling tem um argumento infalível para convencer Gwenn, que é o de que Rony é um comunista. Sperling contratou uma agência de detetives para descobrir provas, sem sucesso, e agora quer que “o melhor cérebro de Nova York”, Nero Wolfe, faça o trabalho.

Wolfe logo deixa claro que não vai conseguir provas de que o cara é comunista se ele de fato não for, e combina com Sperling que o que ele vai tentar fazer é conseguir que Gwenn desista de se casar com Rony. Portanto, nada mais óbvio do que enviar o assistente de Wolfe, o bonitão Archie Goodwin, para a casa de campo de Sperling para “começar uma conversa” com Gwenn e “substituir o Sr. Rony nas afeições” da garota. Archie protesta, sem muito entusiasmo, até porque ser empregado para tentar conquistar a filha de um milionário numa mansão de campo tem seus atrativos óbvios.

A única nuvem escura no fim de semana de Archie é que ele sabe que Louis Rony pode ser um dos agentes de Arnold Zeck, o chefão do crime organizado e pior inimigo de Wolfe. A agência de detetives que o milionário havia contratado antes fez vários relatórios, e Rony não só era mais do que perito em despistar especialistas que os estavam seguindo, como também frequentava um dos endereços das operações de Zeck. Wolfe se recusa a mudar os planos de Archie e fala pra ele ir passar o final de semana lá no campo mesmo assim.

E aí tem o segundo grande problema. Archie se envolve com a filha errada dos Sperling. A filha mais velha, Madeline, faz mais o estilo dele – e já solta aquele papinho de que ela sempre lê sobre ele no jornal e que ele é um herói.

E, apesar de ter conseguido descobrir que Rony andava com uma carteira do partido comunista escondida, Archie também toma um calmante por engano e passa o domingo com cara de ressaca, irritadíssimo pelo acontecido – e sem conseguir descobrir quem drogou o drinque.

Chegando de volta a Nova York, Wolfe conta a Archie que recebeu uma ligação de Zeck falando para que eles se retirassem do caso Rony ou sofreriam as consequências. Nem bem termina de dizer isso, metralhadoras no prédio da frente destroem toda a estufa de Wolfe com dez mil orquídeas.

Agora Wolfe e Archie estão numa situação bem séria: o super vilão com recursos infinitos Zeck de um lado, o milionário irritado Sperling do outro, um possível comunista no meio, e logo depois um assassinato que acontece pra complicar as coisas.

Nero Wolfe está em grande forma nesse livro inteligente e engraçado como só as narrativas de Archie conseguem ser. Se o tal comunismo parece besteira para um leitor moderno, vale lembrar que o livro foi escrito durante a guerra fria e que o partido comunista recebia ordens diretas do Kremlin, e aí dá pra se ter uma ideia do tamanho do problema. Um livro para nenhum fã de policiais botar defeito, e um dos melhores da série.

The Second Confession (1949) de Rex Stout – Série Nero Wolfe Livro 15

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