Maio 19, 2024
Home » O Processo de Desistência | Parte 1

Confessions of an Ugly StepSister

Eu vou na livraria. Olho a capa do livro. Vejo que é um autor que eu conheço, mesmo que não tenha lido nada dele.
Parece um livro interessante, bem humorado e que remete aos contos de fadas – o nome, inclusive, é “Confessions of an Ugly Step Sister”, e a capa é muito bonita, bem ‘contos de Grimm’ mesmo.
Até aí, tranquilo. Lógico que fui ver o preço, lógico que achei caro, e lógico que não existe no mundo uma edição mais barata. Maaaas eu pensei, what the hell, faz séculos que eu não compro um livro (quase seis meses! Agora zerados…) e eu estou trabalhando que nem uma imbecil e eu mereço.
E, oh and behold, nas primeiras dez páginas ele já foi pra prateleira.
Motivos principais:
Não é nem um pouco bem humorado. É a história trágica de uma menina feia, filha de uma mulher medíocre, que passa fome nas ruas da Holanda. Eu não sei se em algum momento a coisa vai melhorar, mas o começo não foi nem um pouco animador. É uma narrativa realista, e por eu ser fã de fantasia, achei que narrativa realista por narrativa realista, eu leio Bernard Cornwell.
É nojentinho. Claro, é realista: as ruas de uma cidade na Holanda no início da renascença ERAM sujas, fedidas e lamacentas. Mas considerando que eu gosto de ler no meu horário de almoço, uma descrição bem detalhada de como a mãe e as duas filhas estava em condições miseráveis e sem um bom banho e tomando água suja na cara e comendo restos de comida podre NÃO é animador.

Return to Quag Keep

Aí, na mesma ocasião, me interessei por um outro livro na prateleira. A autora eu conhecia, e turns out que ela é mega amiga do Gary Gygax – pra todos os não nerds que não deram pulinhos de empolgação ao lerem o nome, o cara praticamente inventou o RPG moderno (aquele do tabuleiro, dos dados e das pessoas estranhas se vestindo de arqueiro medieval).
A autora, na década de 80, escreveu um livro chamado Quag Keep, onde um grupo de jogadores de RPG de repente se via dentro da própria aventura.
E esse livro que eu encontrei chama Return to Quag Keep, e era um tipo de continuação.
A idéia me pareceu atraente porque com o grupo de jogadores que eu tenho, a situação seria exdrúxula, engraçada, impossível e extremamente interessante de se colocar no papel.
Mas é claro que o livro é realista, e anos depois que foram parar nesse mundo de aventuras, os personagens estão todos depressivos por não poderem voltar pra casa e estarem presos num mundo medieval cheio de lama, comida podre, falta de banhos e nenhum dinheiro.
Eee o livro foi pra prateleira. Ou seja, apesar das premissas mega interessantes, eu não vi graça nenhuma em um livro que mostra uma das irmãs da Cinderela ou um grupo de RPGistas sendo jogados pra dentro do jogo de forma REALISTA. São premissas absurdas to begin with, então pra que o realismo nojento? Eu não leio pra saber quão fedidas eram as pessoas na idade média, eu SEI que elas eram fedidas e pouco cultas e religiosas demais e mais um monte de problemas; eu não faço questão de PAGAR pra ler isso.
Enfim. Isso foi só um desabafo por ter comprado dois livros que prometiam tanto e me desapontar com os dois.
Alguém já passou por isso? Eu, no caso, não me animei nem pra continuar, porque ando muito sem tempo e sem estômago pra ler medieval-realista na hora do meu almoço, mas quem sabe um dia termino e aí eu conto. Mas eu queria saber de vocês, se alguém já se empolgou com o livro pela capa e sinopse, depois se desapontou com o início. E o que aconteceu durante o restante da leitura.

Eu só sei que mais do que nunca quero a continuação de Blackbringer.

9 thoughts on “O Processo de Desistência | Parte 1

  1. Nossa, SE já aconteceu comigo… Esses dias mesmo,comecei um tal de Clube do Conto Erótico, capa e sinopse animadoras, mas acabou que o livro é bobo que só. Abandonei sem pena e coloquei para troca. O problema é que a gente só conhece um livro lendo, mesmo. Não tem outro jeito…BTW, acho que vou te contratar pra me dar aulas de inglês. Não saquei o que é oh and behold.Bjs!

  2. É terrível comprar um livro, não gostar dele e depois não saber o que fazer com ele, principalmente se o custo foi alto. Tenho encontrado algumas soluções para isso: hoje tenho um cadastro no site da estante virtual e revendo os livros que não me interessam mais. Claro que o valor diminui, mas pelo menos tenho algum retorno por um livro que não gostei e que não vou ler nunca. Melhor disponibilizar para quem queira, afinal tem gosto pra tudo nessa vida.Abraços!!

  3. protazio… pode ter parecido que sim, mas eu não “desprezo” o resalismo; eu só não gosto de ler livros com esse estilo. Especialmente se a época retratada realisticamente for suficientemente tanto romanceada por outros autores quanto mega diferente da nossa, como é o caso da medieval.quanto aos livros, eu não li até o fim pra saber se são bons mesmo ou não.preferi partir para outros da minha lista que são mais divertidos (as in: engraçados) e menos realistas (as in: mais fantásticos).obrigada pela presença!

  4. Já aconteceu comigo sim,eu comprei o livro “O Morro Dos Ventos Uivantes” e parecia bem legal,pelo que eu li na sinopse,mais o começo é meio complicado de intender e fica enrolando muito para chegar na história. Minha mãe que já leu me disse que fica melhor pro meio do livro, mais haja paciência pra ficar lendo as partes chatas =sAgora eu só faço isso: Só compro um livro lendo o começo dele na livraria ou na Internet e se eu gostar eu compro :DBeijos :*

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *