Setembro 20, 2024
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Era uma vez que Austin Byne liga para Archie Goodwin, ajudante do detetive particular Nero Wolfe, para pedir um favor pessoal.
A tia milionária de Byne vai dar uma festa, que ela dá todo ano, e ele está gripado, não pode ir, não conseguiu ninguém pra ir por ele e se lembrou do conhecido Archie, que já trabalhara para a tia dele num caso de roubo de jóias, resolveu ligar e fazer o pedido de por favor por favor.
Archie, depois de se certificar de que Byne está fingindo estar doente – o jeito que ele fala como constipado simplesmente não convence – resolve ir só pra passar o tempo.

A festa da Sra. Robilotti é famosa em toda alta sociedade. Seu falecido marido, Alfred Grantham, era um filantropo dos maiores, e uma das suas mais conhecidas instituições é a Casa Grantham para mães solteiras. Uma vez por ano, enquanto era vivo, ele fazia uma festona com algumas das mães em dificuldades e também convidava rapazes da alta sociedade para conhecer as garotas. Depois da morte do Sr. Grantham, a Sra. Grantham casou-se com um italiano quinze anos mais novo e vive da fortuna do marido, mas não deixou de fazer a tal festa para as jovens mães.

É para esse evento tão interessante que Archie vê-se convidado. Durante a festa tudo parece correr como o esperado: as jovens mães estão sérias e pouco à vontade, e os jovens da alta sociedade obviamente só estão lá por obrigação e contam os minutos para tudo acabar.

Então uma das moças, a alegre Rose Tuttle avisa que Faith Usher, uma das outras garotas presentes, está carregando um pote de cianureto na bolsa e que vai tentar se matar. Archie assegura-lhe de que não deixará que isso aconteça e fica de olho na moça o resto da festa.
É por isso que, quando Faith Usher toma uma taça de champagne e cai morta, Archie é o único que fala “assassinato” quando todos os outros dizem “suicídio”, pois ele tem certeza absoluta de que a moça não pôs nada no copo antes de tomá-lo.

Pelo fato da Sra. Robilotti ser de considerável fortuna e influência, assim como muitos dos outros convidados da festa, a polícia não gosta nem um pouco do depoimento de Archie e faz de tudo para que ele o mude e diga que sim, existia a possibilidade de Faith ter colocado o cianureto no copo.
Quando Archie se recusa e pessoas cada vez mais importantes começam a encher o saco dele e de Nero Wolfe, o gordo detetive se irrita com a situação e decide começar a trabalhar. Afinal, a reputação de seu assistente está em jogo.

É assim que começa um dos meus livros favoritos de Nero Wolfe. Como sempre, ele não está nem um pouco a fim de trabalhar, e como sempre é Archie que tem que ficar cutucando ele para conseguir que ele se mexa. Mas enquanto em outros livros essa situação fica um pouco sem graça, nesse as coisas não param um minuto: o livro é curtinho e as novas pistas não param de chegar.
O Inspetor Cramer, o sargento Stebbins e os três ajudandes free-lancers da dupla também fazem as suas aparições, mas, como sempre, o que faz o livro bom são os personagens do drama.

É difícil o Rex Stout conseguir criar tantos personagens bons nas tramas policiais dele – como eu já disse, é comum ter um monte de gente sem personalidade e não dá pra saber quem é quem. Nessa história, no entanto, todos os participantes estão lá, individuais e distintos, para que possamos mesmo ter a dúvida de quem é o assassino.

Um dos melhores livros do Rex Stout; uma pena que nunca foi traduzido.

Champagne for One (1958) de Rex Stout. Série Nero Wolfe nº 31.

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