Maio 19, 2024
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Dashti é órfã que vira criada de Lady Saren, uma jovem de quinze anos com um destino terrível: por se recusar a se casar com seu pretendente, seu pai a condena a passar sete anos trancada numa torre.
Dashti é obrigada a ir junto, mas logo a apatia de Lady Saren, a escuridão da torre e os ratos que ameaçam comer o estoque de comida obrigam Dashti a tomar ações drásticas para tentar sair dali.

O livro é narrado como se fosse o diário de Dashti, que numera os dias que passam dentro da torre (por isso o nome da história é “o livro dos mil dias”). Se por um lado isso deixa a história menos emocionante – pois sabemos que Dashti não vai morrer, já que o capítulo seguinte ainda é com a narrativa dela – por outro lado esse artifício de narrativa deixa o livro bem mais divertido: Dashti é uma narradora inteligente, independente e insistente e escreve coisas como “às vezes é muito difícil acreditar que os nobres são mesmo descendentes dos deuses” e “eu decidi que não vamos morrer aqui dentro”.

A voz de Dashti é importante porque a história é tão deprimente de início – imagina duas meninas trancadas dentro de uma torre por anos, sendo que uma delas não fala nada nunca. A escuridão e a solidão em que as duas vivem – para não dizer as “visitas” do noivo horroroso de Lady Saren – e os temores fundamentados de Dashti sobre o que os homens vão fazer se e quando conseguirem libertá-las é de deixar qualquer leitora chateada. Eu inclusive demorei para engrenar no livro por achar tudo tão sem esperança.

Mas Dashti não se deixa abater, e a segunda parte do livro melhora consideravelmente de tom, mesmo que as aventuras das duas garotas continuem complicadas.
A ambientação de antiga Mongólia é bem sutil e muito bem feita, e deixa o livro ainda mais interessante.
Baseado num conto dos Irmãos Grimm do qual eu nunca ouvi falar chamado Maid Maileen – que depois eu li e a única coisa que realmente tem a ver é os sete anos de trancafiamento – esse livro é bonitinho e divertido, mas o drama e a lentidão do início são por demais dramáticos e lentos – há – e acabam pesando na hora de avaliar o livro, mesmo que o romance do final compense muito as coisas. E ainda por cima Lady Saren é uma chata que é difícil de aguentar!

Book of a Thousand Days (2007) De Shannon Hale (EUA)

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