Maio 19, 2024
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Nos Sete Reinos, os Gracelings são pessoas especiais que possuem o dom de fazer algo muito bem. Esses dons são chamados de “graças”, e se você é um cozinheiro graceling, os nobres e os reis pagarão muito dinheiro para te ter na cozinha; e se você é um cantor graceling, todo mundo vai querer te ouvir cantar.

Mas se você, como Katsa, for um assassino graceling, as coisas não serão tão fáceis na sua vida. Katsa, por exemplo, vive com o tio Randa, o rei de Middlums, e é forçada a matar os inimigos dele. Um dia, cansada dessa vida violenta e sem propósito, e sem concordar com a política de “pague impostos ou morra” do seu tio, ela cria uma sociedade secreta que ajuda as pessoas vítimas da violência e da corrupção, tentando usar sua graça mortal para algo melhor.

Numa das missões dela, de resgatar um importante senhor de uma masmorra no reino vizinho, ela se depara com um guerreiro graceling que, apesar de ser um excelente adversário, não tenta matá-la. Intrigada, resolve deixá-lo viver, desacordando-o em vez de matá-lo e terminando sua missão sem maiores problemas.
O senhor que ela resgata é ninguém menos do que o avô do rei de Lienid, um dos sete reinos, que havia sido raptado por agentes desconhecidos mas de quem ela havia descoberto o paradeiro por meio dos agentes da sua sociedade secreta.

Alguns dias depois, a corte de Middlums recebe a visita do príncipe Po de Lienid, e Katsa fica horrorizada de descobrir que Po é o mesmo guerreiro graceling que ela desacordou durante o resgate do velho que é na verdade avô de Po.

Katsa e Po começam uma amizade que para todos os efeitos é apenas cordialidade entre dois exímios oponentes na luta, já que é a primeira vez que Katsa encontra alguém minimamente capaz de combater com ela. Mas na verdade ambos têm muita curiosidade de descobrir quem está por trás do rapto do avô de Po e quem lucraria com o sumiço de um velho inofensivo. Po revela a Katsa suas suspeitas de que o rei de Monsea – casado com uma tia de Po – está por trás do rapto, e Katsa decide ir com ele até Monsea para descobrir a verdade.

Nesse meio tempo, ambos descobrem não só que suas graças não são o que parecem mas também que existe um terrível segredo ligado ao rei Leck de Monsea. Ambos terão de passar por muitas provações para impedir que os sete reinos sofram com algo muito pior do que uma simples guerra.

Eu achei esse livro numa busca por narrativas fantasiosas com tema de “girl with a sword” (garotas com espadas!), e não me desapontei nem um pouco. Katsa é uma excelente protagonista, com dúvidas legítimas sobre sua habilidade de matar pessoas e um arco de desenvolvimento pessoal muito satisfatório.
Também gosto muito de livros com começo, meio e fim, e Graceling é uma boa leitura também por isso. Não é uma trilogia, nem uma série. Os outros livros da autora têm foco no mesmo mundo mas em personagens diferentes, e a história de Katsa (e Po) termina aqui.

SPOILER
O romance, quando acontece, é interessante, fofo, agradável e inteligente, e não é o foco da personagem. Eu sempre gosto disso; é tão raro achar protagonistas meninas que não vivem a vida atrás de um homem. Eu gosto muito que Katsa termina a sua história sozinha, sem precisar da ajuda de um homem forte e másculo, e a forma como a autora resolveu o conflito principal – de que ela nunca conseguiria lutar contra Leck – é impecável, pois dá forças a Katsa POR CAUSA do amor que ela sente, em vez de deixá-la mais fraca e idiota como muitas outras protagonistas pela aí.
FIM DO SPOILER

Esse é um livro de fantasia muito bom, com uma ambientação bem pensada, história interessante e personagens excelentes. Recomendo bastante!

Graceling (2008) De Kristin Cashore (EUA)
Série Graceling Livro 1

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