Maio 19, 2024
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Esse livro foi um dos pioneiros do gênero “adaptação de contos de fadas”. Tanto que a Disney pegou vários elementos do livro para o grande clássico da animação que ganhou até Oscar.
Belle é uma bela bonita que tem um pai de quem gosta muito. Ela tem irmãs vaidosas, o pai é mercador, ele vai viajar e fala pras filhas “me fala o que você quer que eu traga” e a primeira fala vestidos, a segunda fala joias, mas Belle, que além de bela tem bom coração e não quer fazer o pai gastar dinheiro, pede a ele “o galho que enroscar no seu chapéu”.
O pai faz justamente o que a filha pede, mas o galho na verdade é de uma planta mágica no castelo de um monstro. Esse monstro aparece e fala pra ele assim que agora ele é prisioneiro ali e tudo o mais, mas Belle dá um jeito de ir lá e trocar de lugar com o pai. E aí ela se apaixona pelo monstro, quebra uma maldição e ele volta a ser humano rico fim.
A história que a McKinley conta é muito baseada no conto tradicional francês A Bela e a Fera, mas, como depois ficou comum nas adaptações, ela delineia muito melhor os personagens secundários e suas motivações: o pai de “Bela” e suas irmãs, assim como a viagem ao castelo da “Fera”, são muito bem desenhados, e as diferenças com o conto são para o melhor. O apelido da “Bela”, a razão para os pedidos das irmãs, a rosa, a primeira aparição da Fera, tudo é apresentado de forma inteligente e bem amarrada.

Mas a coisa de que eu mais gostei foram os protagonistas: Beauty, nem um pouco bonita mas dona de uma personalidade forte, muita coragem e um amor pela leitura (ó a Disney copiona aí), e a Fera, um monstro gentil, inteligente e educado que vive em um castelo encantado. O desenvolvimento do romance dos dois é a melhor e – ainda bem – mais longa parte do livro.

Mas aí tem o final, que não é dos melhores. Tudo fica mal explicado e apressado, a maldição fica sem muito sentido e não dá pra entender muito bem o que teve. Apesar disso, o livro é muito bom. Porém se você, como eu, cresceu assistindo o filme da Disney e ouvindo o conto original antes de dormir, a história não tem muitas surpresas.

Beauty (1978) De Robin McKinley 

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