Novembro 21, 2024
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Apesar de Holmes ser o detetive mais famoso da literatura, a história de publicação dos contos e livros dele é desconhecida de muita gente. Eram publicados no periódico The Strand Magazine, e por isso a maior parte das histórias são contos: era mais fácil do público acompanhar.

Esse livro foi publicado pela primeira vez em 1892 e contém doze contos selecionados daqueles que tinham sido publicados na revista. Na minha opinião, é uma das melhores seleções de contos de Holmes.

Um Escândalo na Boêmia – apesar da sua temática estar ultrapassada para o leitor do século XXI, esse conto é muito legal porque retrata a única mulher pela qual Holmes nutre algum sentimento: Irene Adler, uma aventureira americana, que está envolvida em um escândalo que o rei da Boêmia pede para Holmes resolver. Não só um dos contos icônicos mas também o único em que Holmes se sente derrotado por alguém.

A Liga Ruiva – é uma das histórias mais legais, na minha opinião. Um senhor ruivo, dono de uma casa de penhores, é chamado a participar de um projeto no mínimo bizarro: todos os ruivos de Londres que quiserem ganhar um dinheiro extra devem comparecer a um endereço no centro, por evento do falecimento de um proeminente milionário americano – ruivo. Holmes é atraído pela estranheza da situação, e o conto é bastante divertido e empolgante.

Um Caso de Identidade – interessante e atual, essa história começa quando uma moça pede a Holmes que encontre seu noivo, que desapareceu do nada. Como ela tem um certo dinheiro, Holmes suspeita o pior. Bem interessante; uma história que não envelheceu. O fim, no entanto, é bastante desapontador.

O Mistério do Vale Boscombe – em uma propriedade no interior da Inglaterra, um senhor é assassinado, e seu filho é o principal suspeito. A amiga do rapaz, filha do senhorio dele, tem certeza de que o rapaz é inocente, e a Scotland Yard, para agradá-la, pede uma segunda opinião de Holmes. Esse conto sempre povoou minha imaginação, como sempre acontece quando a história dos envolvidos vai além daquele cenário. No caso, tanto o morto quanto o senhorio dele eram australianos, e viveram na Austrália numa época em que o país nada mais era do que um “velho oeste” ainda mais selvagem. Muito legal.

As Cinco Sementes de Laranja – é um dos contos que eu menos gosto. Tem um ritmo muito legal no começo, com o rapaz contando da morte do pai e do tio depois que haviam recebido cinco sementes secas de laranja pelo correio. Mas o desempenho de Holmes me pareceu pouco brilhante e o fim é insatisfatório.

O Homem do Lábio Torcido – uma história muito interessante e também bastante atual. Uma senhora perdeu o marido; a última vez que o viu foi no segundo andar de um edifício numa parte pouco respeitável da cidade e ele parecia estar sendo agredido. Desesperada, ela pede ajuda a Holmes. Acontece que o local onde o homem desapareceu é na verdade ua casa de ópio. Surpreendente do início ao fim, é uma história bem divertida, em que Holmes demonstra um humor pouco característico.

O Carbúnculo Azul – lá vai o ganso. O quê? O ganso. Aquele que estava na mão do homem que participou sem querer de uma briga de rua, perdeu o ganso, que voou, e o chapéu, que caiu, e saiu correndo pra não apanhar. O jovem que encontrou o chapéu – e o ganso – levou-os a Holmes, que colocou uma mensagem no jornal para que o dono do chapéu aparecesse. Quando abrem o ganso para assá-lo da forma adequada, há uma surpresa para todos: Dentro da barriga do ganso estava o famoso carbúnculo azul, uma preciosíssima pedra que sumira do quarto de hotel da Condessa de Morcar.

A Faixa Malhada – sem a menor dúvida, o melhor conto de Holmes. Até hoje sinto um arrepio na espinha ao imaginar a moça dormindo numa casa solitária, rodeada de animais selvagens que o seu tio havia trazido da Índia, sabendo que sua irmã gêmea havia morrido sem explicação aparente naquele mesmo quarto. Enquanto Holmes vai descobrindo os fatos ligados à morte da gêmea da moça, o leitor fica cada vez mais nervoso: a moça sofrerá o mesmo fim que a irmã? Genial. Um conto que começa cômico e termina trágico, em que Holmes demonstra mais uma vez seus poderes de observação quase sobrenaturais. Um dos meus favoritos.

O Polegar do Engenheiro  – Watson tem um papel mais ativo nesse conto: em vez de só ficar fazendo papel de idiota e errando todas as suposições, dessa vez ele é que leva o problema a Holmes: um paciente chega no meio da noite com o polegar decepado. A sanguinolência não impede que o moço descreva seus assaltantes e a estranhíssima aventura que o levou a perder o dedo. Um alemão enorme com um bigode ruivo e um machado fazem parte da minha imaginação até hoje depois desse conto. Muito legal.

O Solteirão Nobre –  – dessa vez é a noiva que desaparece perante o altar. O noivo é um elegante e orgulhoso par do reino, e bastante difícil de agradar. A principal suspeita em relação ao desaparecimento da noiva, uma milionária americana, é uma ex do solteirão. Pior ainda, o vestido de noiva foi encontrado jogado no rio. Um conto bem legal, em que Holmes precisa de todas as suas habilidades não só para descobrir o mistério como também para aplacar o nobre.

O Diadema de Berilos – – um pobre banqueiro procura Holmes, desesperado. Um nobre confiou-lhe um preciosíssimo diadema de berilos, e o cara, com medo que o cofre do banco não fosse seguro o suficiente, levou a jóia pra casa. E é claro que a roubaram; o problema é que o principal suspeito é o próprio filho do homem. Os poderes de dedução de Holmes são postos a prova quando ele é levado à cena do crime. Bem legal.

Copper Beeches – esse conto também começa de maneira bastante interessante, com Holmes irritado por estar sendo incomodado com assuntos triviais: uma jovem pergunta se deve ou não aceitar o trabalho de governanta em uma casa. Só que as coisas vão ficando cada vez mais complicadas. Podia ser final do século XIX, e a ciência podia não ser tão avançada. Mas o autor afirma e desde esse conto eu comprovei e acredito: se uma criança é mal educada e cruel, pode procurar nos pais que isso também vai estar sendo  manifestado de alguma forma. Sinistro.

8 thoughts on “As Aventuras de Sherlock Holmes | Arthur Conan Doyle

  1. Olá! Li alguns contos de Sherlock, mas não foram estes!Conan Doyle está no meu projeto pessoal de ler um cult por mês (e que eu já furo há dois meses seguidos!!), afinal ele é referência na literatura policial, que é o meu gênero predileto.bj

  2. Também gosto de Sherlock Holmes, mas a minha preferência recai sobre POIROT e, principalmente, MISS MARPLEEu gostei bastante dos filmes da Coleção Poirot, agora vou revê-lospara apreciar os detalhes.Obrigada pela visita!Um abraço

  3. No comments gerais…estou curioso pra ler “A Companhia Branca” dele… pq detetive bigodudo é o meu ovo!! Guerra dos 100 anos RULEIA!!! hahahahahhahatudo fica muito mais honesto quando se resolve à espadada!!!encer

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