Maio 19, 2024
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As Crônicas do Irmão Cadfael – Livro 7

Faz tanto tempo que eu não leio um livro que quase tinha me esquecido de quão emocionante é chegar no finalzinho de um policial e querer saber logo o que vai acontecer.
Por estar super acostumada com o jeito dessa autora escrever, essa história teve momentos que eu já esperava – mesmo que o assassino tenha sido uma completa surpresa.
Na Inglaterra do século XII, o irmão Cadfael é um monge da abadia de Shrewsbury que, por sua experiência mundana como cavaleiro nas cruzadas, é o especialista da região quando se trata de mortes misteriosas.

Mesmo que o caso em questão não tenha envolvido uma morte, Cadfael ainda assim se mostra imensamente interessado.
O ourives, pai do noivo, foi guardar o dote da noiva no seu cofre particular durante a festa de casamento quando foi golpeado na cabeça por um assaltante desconhecido, que levou todo o dinheiro.
O acusado do crime é um músico itinerante, que, segundo os presentes na festa, tinha ficado muito bravo por ter sido jogado pra fora da casa sem pagamento, após ter quebrado um vaso da matriarca da família durante uma apresentação de malabares.
O garoto foge dos embriagados convidados que querem linchá-lo e vai se refugiar na igreja, protestando inocência. O abade acolhe o garoto em santuário, fazendo assim com que os acusadores precisem esperar quarenta dias até que possam por as mãos nele.
Cadfael, sempre atento à tudo, ficou bastante impressionado – positivamente – com o acusado, e se convence desde o início da sua inocência.

A partir daí se inicia a investigação de quem, além do músico, poderia ter golpeado o ourives e levado o dinheiro. Dali a poucas noites, o funcionário fofoqueiro do ourives é encontrado afogado no rio que corta a cidade, e Cadfael é rápido em descobrir que aquilo foi de fato um assassinato.

A história se desenvolve de forma bastante emocionante, mesmo que em alguns momentos eu adivinhasse o que ia acontecer – mesmo que não totalmente. Exemplo: Cadfael sai para dar um passeio de manhã e resolve passar pelas margens do rio. Eu penso: vai ter um afogado! E aí tinha mesmo. Mas eu achava que ia ser o filho do ourives, não o empregado. Sabe assim?

Mas enfim. Eu gostei do livro como um todo, o problema foi o final. Contém spoilers!
Foi muito difícil não ficar do lado da Suzanna, depois de tudo o que ela passou. A autora descreve o pai dela como sendo um cara tão desprezível e ela uma mulher tão forte que eu fiquei torcendo pra ela conseguir escapar com o namorado e o filho. E a autora quis assim mesmo, com aquele bláblá sobre a esperança e as orações de Rannilt e Lilliwin serem suficientes para absolver os pecados da Suzanna. Mas o fato é que a melhor personagem do livro é ela: a personagem mais trágica e mais forte de todas, com quem eu simpatizei desde o início e até o final. O livro não ficou pior por causa dela, muito pelo contrário. Mas bem que a autora podia ter achado um final igual o do Monk’s Hood, em que o assassino foge.
Fim dos spoilers.

No fim das contas é um dos livros bons da autora. Eu demorei pra engrenar na leitura, mas quando foi, não consegui mais largar. Um excelente policial histórico para os que curtem o gênero.

The Sanctuary Sparrow (1983)

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