Exile | R. A. Salvatore

E agora vemos o que acontece quando ele começa a se aventurar pela enorme caverna nas profundezas do mundo, chamada pelos locais de Underdark.

O livro é muito legal. A caracterização das aventuras fantásticas pelas quais Drizzt passa junto com os amigos que faz pelo caminho é muito boa; o autor realmente sabe descrever cenas empolgantes – e elas não faltam, indo de lutas em pontes de pedra sobre lagos de ácido até encontros não amistosos com telepatas devoradores de cérebros.

Só o Drizzt que me enche o saco. Já no primeiro livro fiquei incomodada com a moralidade perfeita do cara, mas aqui ele fica pensando muito. Exemplo: No meio de suas viagens, ele encontra um hook horror, um monstrengo imenso nojento e feroz. Eles lutam e o monstro começa a falar. Como hook horrors não falam, ele acha estranho, e acaba descobrindo que o bicho é na verdade um pech, uma criatura amável e pacífica, transformada em hook horror por um mago maligno. Por que um mago quis punir uma pessoa transformando-a num monstro imenso capaz de esmagar o mago com o mindinho é algo que aparentemente nunca vamos saber.

Bom, é claro que Drizzt fica amigo do tal hook horror, apelidando-o de Clacker e tudo o mais. Mas não se passa uma cena sem que Drizzt veja o problema de Clacker e se sinta culpado. Devido que  Drizzt também tem um lado selvagem que faz com que ele mate monstros, pra se proteger. E porque ele um dia matou alguém da própria raça, mesmo que em legítima defesa. E também teve um dia o irmão dele cortou fora as mãos de um outro personagem. E toda hora tá o Drizzt pensando nessas coisas tensas. (conflitado? de leve) Sacaram o tipo de personagem do Drizzt, né?

O livro também mostra como Drizzt descobre que nem todas as raças são malignas como os drow, mostra como sem querer suas ações são responsáveis pela destruição da sua família por outros drow em sua cidade natal, e como sua mãe ainda acha tempo pra fazer uma última maldade contra ele: ela revive o corpo do pai de Drizzt, sacrificado por ela em homenagem à deusa maligna dos drow, e coloca o zumbi atrás do filho. Lembrando sempre que o pai de Drizzt, Zaknafei Do’Urden (melhor personagem de todos) era o único drow que compartilhava da moralidade boa de Drizzt e o cara que ensinou pra ele tudo que ele sabe.

Entre as aventuras, os coadjuvantes como Belwar Dissengulp que é muito maneiro e Gwenwhiwar (sei lá como escreve) que é a pantera mágica de Drizzt, o livro se sustenta, e é uma boa continuação da história do elfo negro mais conhecido de Forgotten Realms.

PS – Só pra lembrar que eu falei da problemática dos drow na postagem sobre o primeiro livro, quem quiser polêmicas cola lá.

Exile (1990) de R. A. Salvatore. Série Forgotten Realms: The Dark Elf Trilogy Livro 2