Clássico da pirataria, aventura e capa e espada que deveria ter recebido nova tradução HÁ ANOS, esse livro é um dos meus favoritos no mundo inteiro. Com a dose exata de aventura, romance e ação, é um excelente livro daqueles que não se fazem mais como antigamente… Ao contrário do Prisioneiro de Zenda, com o romance melecoso que envelheceu mal, este livro continua sendo tão empolgante quanto era quando foi escrito. A história do honrado pirata que se apaixona pela sobrinha do seu inimigo é o de menos importante no livro (apesar de ser algo que o próprio moço não consegue tirar da cabeça, coitado): o que importa são as batalhas navais, as invasões dos portos espanhóis e as galantes empreitadas do Capitão Blood.
Peter Blood é um médico irlandês que, após sair em busca de aventuras assim que termina a faculdade, passar um tempo na marinha holandesa sob as ordens do grande Almirante Ruyter, lutar na França e passar dois anos numa prisão espanhola, resolve ficar tranquilo exercendo a medicina numa pacata vila inglesa.
Que seis meses depois é palco de uma revolução para suplantar o rei.
Chamado ao campo de batalha para cuidar de um dos rebeldes, Blood é preso e sentenciado à escravidão nas Índias Ocidentais por ter “auxiliado um infiel que estava tramando contra o rei”.
Em Barbados, ele é comprado pela bela filha do coronel Bishop, Arabella, e logo Blood cai nas graças do governador, que sofre de gota, e passa a ter vários privilégios: ele não tem de trabalhar nas plantações de cana sob o sol escaldante, mas sim ficar o dia inteiro cuidando da perna do velhote.
Quando ele se revolta com a maneira bárbara que estão tratando seus companheiros – afinal, no século XVI, chicotadas eram só a parte menos imaginativa dos incentivos aos escravos – Blood resolve fugir em um barco espanhol que providencialmente veio atacar o vilarejo de Barbados.
E sem que ele possa fazer nada, a única vida que lhe resta é a da pirataria.
E é claro que ele fará o melhor que pode com isso.
Um ótimo espadachim, um poeta ávido por leituras e um homem de honra, à primeira vista Blood não tem nada que ver com a vida da pirataria. Mas no ambiente romântico criado pelo mestre Sabatini, tudo é possível, e o amor de Blood por Arabella, filha de seu maior inimigo, só vai ficando mais legal à medida que percebemos que, ora bolas, o pirata também é um estrategista de guerra.
As cenas de romance histórico se misturam com as batalhas marítimas nessa obra prima do maior escritor de capa-e-espada.
Afinal, se você vai reclamar toda vez que as coisas não andarem tão tranquilas quanto uma refeição de convento, não tem nada que andar com o capitão Blood.
Um dos meus livros favoritos no mundo inteiro!! Não canso de repetir. Vai ler logo, meuô!
Disponível em inglês em todos os formatos digitais pelo pessoal super legal do Projeto Gutenberg.
Captain Blood – His Odissey (1922) de Rafael Sabatini
Série Capitão Blood Livro 1