Novembro 23, 2024
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Um livro que é extremamente melancólico, apesar de ser infanto-juvenil.
O protagonista, George, é aquele menino que ninguém repara a não ser pra zoar e dar bronca.
O pai dele morreu num acidente de carro logo depois que eles tiveram uma briga. A mãe dele é atriz e nunca está em casa.
Um dia o menino é injustamente acusado de ter feito uma baderna no museu de história natural e recebe uma suspensão. Com raiva, ele dá um murro numa estátua de um dragão do lado de fora do museu. E ele quebra a estátua.

E um pterodáctil de pedra, gárgula no alto de uma das fachadas dos prédios antigos de Londres, cria vida e começa a correr atrás dele. E ninguém mais vê isso.
E um soldado de bronze também cria vida e protege George, atirando com sua espingarda no bicho de pedra que o perseguia.
E dessa forma George recomeçou, sem querer, uma guerra que já acontece há séculos: de um lado, os cuspidos, estátuas moldadas à semelhança do homem; do outro, os estigmas, estátuas moldadas à semelhança de feras.

Os estigmas querem matar George, mas nem todos os cuspidos estão dispostos a ajudá-lo. Ele acaba se aliando a uma menina que consegue não só ver as estátuas como também sentir o passado delas quando as toca.
E os dois, com a ajuda de algumas estátuas espalhadas pela cidade, têm exatamente vinte e quatro horas para repor a cabeça do dragão que George quebrou e colocar tudo de volta ao que era antes.

Achei o ponto de partida extremamente original, ainda mais considerando o clima da história: uma Londres moderna e decadente mas antiga ao mesmo tempo. Todas as estátuas usadas no livro existem mesmo, e é muito interessante saber a história de cada uma delas. A atmosfera da história de maneira alguma é infantil, tudo remete ao ato de crescer e de como a infância pode ser terrivelmente triste e ruim.

Mas eu achei que o autor escreve de um jeito meio confuso, e às vezes não dá pra saber quem está fazendo o quê. Além disso as crianças dele têm uma mania irritante de nunca entender palavra nenhuma do que está sendo dito pra eles. Tudo bem que crianças de doze anos tendem a não saber muito bem palavras difíceis, e estátuas de trezentos anos tendem com certeza a falar as tais palavras difíceis. Mas que irrita, irrita.

De qualquer forma, é um livro diferente, o que por si só já é algo a ser comemorado. Não que ser parecido com outros tire o mérito de algum livro, mas este consegue usar a originalidade a seu favor, fazendo uma narrativa mais interessante.
Vale a pena. Agora tem que ver os outros da trilogia.

Stoneheart (2006)
De Charlie Fletcher (Reino Unido)
Trilogia Stoneheart Livro 1

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