Segundo volume da série da Floresta Encantada, esse livro é divertido, inteligente e de fácil leitura.
O rei da floresta encantada se chama Mendanbar, tem vinte e três anos e está muito cansado. Ele até gosta de resolver conflitos entre elfos e gigantes, mas Willin, seu administrador, fica constantemente lembrando que ele precisa se casar, e tentando inventar formas de convidar princesas aceitáveis para o castelo. Num dos dias em que está cansado de tudo isso, ele sai para passear pela floresta e encontra uma clareira completamente queimada. Pior do que isso, o local foi destruído porque algo sugou toda a magia dali!
Mendanbar investiga melhor e encontra diversas escamas de dragão, e após seguir o conselho de um esquilo irritado, vai visitar a bruxa Morwen. Ela logo faz o rei desistir da ideia de que os dragões foram responsáveis pela destruição da clareira, e dá a dica de que o melhor a ser feito é uma visita ao rei dos dragões.
Decidido a seguir esse conselho, Mendanbar passa no castelo para se preparar para a viagem e encontra um visitante inesperado: o chefe da sociedade dos magos, que diz que os dragões são agressivos e totalmente dominados pela princesa do rei deles, a fútil e temperamental Cimorene.
Quando Mendanbar finalmente vai visitar o rei dos dragões, descobre que Cimorene não é fútil nem temperamental, que ela precisa mesmo é de um encanador, e que Kazul, a rei dos dragões, foi visitar os netos já deveria ter voltado, e que Cimorene estava prestes a sair à procura dela. Mendanbar resolve ajudar, e os dois passam por diversas aventuras que incluem tapetes mágicos defeituosos, um descendente de Rumpeltiltskin, um novo membro da Honorável Sociedade de Viagens, Bebidas e Debates das Madrastas Malvadas, pra não dizer, é claro, dos vilões: a Sociedade dos Magos.
Descobrimos mais sobre a floresta encantada, os habitantes do castelo do rei, e a espada mágica que Mendanbar carrega. Também conhecemos Telemain, um mágico (que no livro são os estudiosos de magia), que é um nerd fofo que não para de falar.
É interessante que o livro mostra tanto as princesas quanto os príncipes e heróis como sendo gente boba e fútil, mas depois discute isso como sendo algo que eles não podem evitar, já que são criados para serem bobos e fúteis. Essa visão social do clichê faz toda a diferença. No entanto, essa discussão é tão rápida que muitos leitores parecem ter pulado essa parte, então acho que a autora deveria ter focado mais nisso: no fim das contas, parece que Mendanbar só se impressiona com Cimorene porque ela não é como as outras, e isso só reforça o estereótipo de que ‘garotas femininas são fúteis’ e ‘garotas inteligentes são melhores que as fúteis’, e o antagonismo cansado entre as mulheres. Por outro lado, o livro de fato contém frases como ‘eles não conseguem evitar’ de serem estúpidos, e explica porque o fato de eles serem criados seguindo regras de comportamento faz com que eles não consigam ver que é possível agir diferente.
O livro é muito fofo e é uma sequência digna de Dealing With Dragons. Os personagens novos são característicos, a história é cativante e o livro passa sem você nem perceber. Se tem algum defeito, é o fato de que eu queria mesmo era ler mais aventuras da jovem Cimorene, em vez de ler algo que está acontecendo anos depois e pular toda a diversão dos anos anteriores.
A leitura é recomendada para crianças a partir dos nove anos.
Searching for Dragons (1991), de Patricia C Wrede. Crônicas da Floresta Encantada Livro 2