Stephanie Plum, a caçadora de recompensas que tem medo de atirar e sempre esquece seu spray de pimenta em casa. Dessa vez ela está atrás de Maxime, uma garota que foi presa porque o namorado imprestável dela prestou queixa falando que ela tinha roubado seu carro. Ela é solta sob fiança e depois some.
A princípio a pior coisa que acontece com Stephanie quando ela começa a procurar Maxime é que o tal namorado, Eddie, é um babaca que se acha a última coca-cola do deserto, e fica dando em cima dela. Mas depois que a mãe de Maxime e mais uma amiga dela são atacadas misteriosamente, as coisas começam a ficar mais sérias e mais perigosas.
O que sempre faz a diferença nos livros da Stephanie é o quanto o que a cerca é surreal. Por exemplo. No primeiro livro conhecemos a prostituta negra e obesa Lula, que ajuda Stephanie com um caso. No segundo livro Lula resolve se aposentar e virar secretária na agência de fianças de Stephanie – e também ir junto com Stephanie quando ela precisa de ajuda.
Nesse livro a ajuda de Lula também é bem vinda, já que ela tem a útil mania de desmaiar as pessoas com aquele aparelhinho de auto defesa que dá choque.
Outro personagem hilário é Vovó Mazur, que dessa vez resolve acompanhar a neta quando Steph vai até Atlantic City procurar Maxime.
*Melhor cena: Vovó Mazur sobe na mesa do cassino de calça legging e tênis de corrida pra tentar ver Maxime, e quando o crupiê tenta tirar ela de lá, ela dá com a bolsa na cabeça dele – “Não seja grosso. Eu só subi aqui pra ver melhor por causa de que a osteoporose me encolheu e agora eu sou baixa demais”.*
Mas o melhor personagem é Sally Sweet, que conhecemos pela primeira vez nesse livro. Ele é um ex-músico de uma banda de rock que descobre que a moda agora é ser uma banda de rock formada por drag-queens. Então ele não tem a menor dúvida: coloca a peruca, a saia curta e o salto alto e faz o maior sucesso com sua banda de drags. Além disso ele é especialista amador em códigos, e quando Eddie recebe uma mensagem em código da ex, um dos velhinhos no prédio de Stephanie recomenda seu sobrinho (“que está passando por uma dessas crises de identidade”).
Sally não se contenta em resolver os códigos, é claro. Ele quer é participar dessa coisa divertida que é ser caçador de recompensas.
A graça do livro, como eu disse, são mais as situações esdrúxulas pelas quais Stephanie passa do que a trama propriamente dita – e a graça também é ver a tensão romântica entre Steph e o tira gostosão Morelli, mas é outro tipo de graça. Me incomoda um pouco a eterna preocupação que Steph tem de ficar magra mesmo comendo lasanha, mas não dá pra fazer muita coisa – Steph é assim, ué.
Um livro engraçado que me deixou rindo alto no metrô e as pessoas me olhando como seu eu fosse louca várias vezes. Tem coisa melhor?
Four to Score (1998)
de Janet Evanovitch (EUA)
Série Stephanie Plum Livro 4