Maio 19, 2024
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E, pra relaxar, mais um livro da Agatha Christie.
 
Aqui, o famoso detetive Hercule Poirot, que está pra se aposentar, decide, inspirado por um amigo que gosta “dos clássicos”, aceitar apenas mais doze casos, com inspiração nos trabalhos de seu homônimo Hércules.

O Leão da Neméia trata de uma complexa rede de sequestros: cachorrinhos pequineses são raptados e suas abastadas donas são obrigadas a pagar um resgate – e um simpático e inteligente cachorrinho pequinês está muito envolvido no caso;

A Hidra de Lerna, de sete cabeças, é um boato maligno que não se sabe quem começou. o Dr Charles Oldfield está sendo acusado pelas fofocas de ter assassinado a esposa, mas ele não sabe o que pode ter dado forma à fofoca e está enlouquecendo por ninguém acusá-lo cara a cara – cabe a Poirot descobrir se “onde há fumaça, há fogo” e tentar o impossível: descobrir quem iniciou os boatos;

A Corça da Cerínia é uma famosa bailarina russa, cuja criada simpática encanta um simplório mecânico e depois desaparece, deixando-o desolado – o jovem vai até Poirot pedindo para que a encontre. A trilha passa por grandes mansões e vários países da Europa até Poirot chegar ao seu destino;

O Javali de Erimanto é um perigoso assassino que tenta a todo custo fugir da polícia francesa – Poirot o persegue até um improvável destino: um hotel no alto de um penhasco, onde só há uma forma de chegar e sair;

As Cavalariças do Rei Áugias são um escândalo político que ameaça acabar com a Inglaterra: Poirot é encarregado de tentar abafar o caso, mas o político em questão é tão querido e tão podre que jamais imaginam que o detetive consiga;

As Aves do Lago Estífalo, de bico de bico de ferro e que se alimentavam de carne humana, são duas hábeis chantagistas: o jovem e honesto inglês se envolve com duas mulheres, mãe e filha, e tenta protegê-las ao máximo de sofrerem nas mãos de chantagistas;

O Touro de Creta é um saudável aristocrata inglês que acha que está ficando louco – sua namorada se recusa a acreditar que ele esteja ficando mesmo louco, mas o pai do aristocrata não tem dúvidas e acredita que o suicídio é a única opção – Poirot, sempre amigo dos amantes, não está muito certo da loucura do jovem;

Os Cavalos de Diomedes são um grupo de jovens viciados em drogas. Um amigo médico de Poirot pede sua ajuda para achar quem é o traficante, enquanto está mesmo é interessado em uma das garotas que dizem ser responsável por repassar drogas;

O Cinto de Hipólita é um quadtro famoso de Rubens que é roubado. Ao mesmo tempo, o desaparecimento de uma colegial intriga Poirot – aparentemente ambos os casos estão ligados;

O Rebanho de Gerião é uma seita religiosa na qual velhas senhoras que deixaram o dinheiro para o pastor morrem misteriosamente – Poirot conta com a ajuda de uma velha amiga, que se dispõe a se disfarçar e entrar na seita para tentar descobrir se o pastor é de fato um criminoso;

As Maçãs das Espérides são exibidas num famoso cálice bórgia, que Poirot tem de recuperar para um milionário – o cálice foi visto pela última vez antes de ser roubado por uma famosa gangue de ladrões;

As Profundezas do Inferno é um bar originalíssimo, pertencente à velha amiga de Poirot, a condessa russa Vera Rosakoff – os degraus da entrada têm boas intenções gravadas neles, as paredes têm cenas dignas de Dante e há um porteiro muito original. Infelizmente, porém, o contrabando de jóias e o tráfico de drogas está ameaçando o negócio da amiga de Poirot.
 

De maneira muito bem humorada, a autora presta homenagem aos “clássicos” e nos brinda com mais uma série de contos muito divertida. Meu favorito, sem dúvida alguma, é o último, que mostra o bar onde você precisa jogar um biscoito a um enorme mastim para entrar, e onde suspeita-se ser um antro de drogas. Poirot, apaixonado que é pela condessa dona do lugar, se recusa a acreditar que ela esteja envolvida em drogas e decide investigar.
O início do conto, em que ele vê a condessa no metrô lotado, e ela diz para encontrá-la no inferno, só perde em graça para a pergunta de Poirot à sua impassível secretária:
– Miss Lemmon, se alguém dissesse à senhora “me encontre no inferno”, o que a senhora faria?
Impassível, ela responde, já com a mão no telefone.
– Eu reservaria uma mesa, certamente. Faço reserva para dois, senhor?

Impagável.

The Labours of Hercules (1947)
de Agatha Christie (Reino Unido)

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