As Aves do Lago Estífalo, de bico de bico de ferro e que se alimentavam de carne humana, são duas hábeis chantagistas: o jovem e honesto inglês se envolve com duas mulheres, mãe e filha, e tenta protegê-las ao máximo de sofrerem nas mãos de chantagistas;
O Touro de Creta é um saudável aristocrata inglês que acha que está ficando louco – sua namorada se recusa a acreditar que ele esteja ficando mesmo louco, mas o pai do aristocrata não tem dúvidas e acredita que o suicídio é a única opção – Poirot, sempre amigo dos amantes, não está muito certo da loucura do jovem;
Os Cavalos de Diomedes são um grupo de jovens viciados em drogas. Um amigo médico de Poirot pede sua ajuda para achar quem é o traficante, enquanto está mesmo é interessado em uma das garotas que dizem ser responsável por repassar drogas;
O Cinto de Hipólita é um quadtro famoso de Rubens que é roubado. Ao mesmo tempo, o desaparecimento de uma colegial intriga Poirot – aparentemente ambos os casos estão ligados;
O Rebanho de Gerião é uma seita religiosa na qual velhas senhoras que deixaram o dinheiro para o pastor morrem misteriosamente – Poirot conta com a ajuda de uma velha amiga, que se dispõe a se disfarçar e entrar na seita para tentar descobrir se o pastor é de fato um criminoso;
As Maçãs das Espérides são exibidas num famoso cálice bórgia, que Poirot tem de recuperar para um milionário – o cálice foi visto pela última vez antes de ser roubado por uma famosa gangue de ladrões;
As Profundezas do Inferno é um bar originalíssimo, pertencente à velha amiga de Poirot, a condessa russa Vera Rosakoff – os degraus da entrada têm boas intenções gravadas neles, as paredes têm cenas dignas de Dante e há um porteiro muito original. Infelizmente, porém, o contrabando de jóias e o tráfico de drogas está ameaçando o negócio da amiga de Poirot.
De maneira muito bem humorada, a autora presta homenagem aos “clássicos” e nos brinda com mais uma série de contos muito divertida. Meu favorito, sem dúvida alguma, é o último, que mostra o bar onde você precisa jogar um biscoito a um enorme mastim para entrar, e onde suspeita-se ser um antro de drogas. Poirot, apaixonado que é pela condessa dona do lugar, se recusa a acreditar que ela esteja envolvida em drogas e decide investigar.
O início do conto, em que ele vê a condessa no metrô lotado, e ela diz para encontrá-la no inferno, só perde em graça para a pergunta de Poirot à sua impassível secretária:
– Miss Lemmon, se alguém dissesse à senhora “me encontre no inferno”, o que a senhora faria?
Impassível, ela responde, já com a mão no telefone.
– Eu reservaria uma mesa, certamente. Faço reserva para dois, senhor?
Impagável.
The Labours of Hercules (1947)
de Agatha Christie (Reino Unido)