Rudolf Rassendyl é um inglês boa vida que não vê necessidade de sair por aí trabalhando, até porque é de família rica e seu irmão mais velho, um par do reino, é mais do que capaz de prover por suas extravagâncias.
Sua cunhada, no entanto, vive lhe enchendo a paciência, dizendo que ele tem que fazer alguma coisa de útil nessa vida.
Acontece que Rudolf sofre um certo preconceito, coitado. Por ser o único ruivo numa família de gente de cabelo escuro, ele lembra a todos da indiscrição de uma antepassada, que se divertiu com o ruivo rei da Ruritânia e deixou o maridão com belos galhos. Desde então, a cada duas gerações, aparece um ruivo na família – e os ruivos acabam sendo sempre os ovelhas negras.
Depois da última conversa com a chata da cunhada, Rudolf resolve tomar uma atitude: já que a culpa dele ser ruivo veio da Ruritânia, é pra Ruritânia que ele vai, pra conhecer a terra do tal rei mulherengo que virou seu antepassado.
Chegando na Ruritânia, Rudolf descobre várias coisas interessantes: que é época de coroação; que o futuro rei Rudolf é um cara gente boa mas que adora uma cachaça e não parece muito interessado em reinar; e que ele, Rudolf Rassendyl, é uma cópia semi-gêmea do futuro rei Rudolf da Ruritânia.
Por um acaso dessa vida, Rudolf, o inglês, e Rudolf, o futuro rei, acabam se trombando durante uma temporada de pesca no campo, junto com dois empregados do rei, e todos acham muita graça que a indiscrição de dois antepassados em comum tenha gerado duas pessoas tão parecidas haha-que-coincidência-vamos-todos-tomar-um-drinque-juntos (lembrem-se de que o futuro rei Rudolf adora uma cachaça).
Todos enchem a cara formidavelmente na propriedade do campo da família real e no dia seguinte acordam com uma certa ressaca, exceto por Rudolf, o futuro rei, que continua dormindo pesadamente.
Os dois empregados do rei que os acompanhavam, o coronel Sapt e o jovem Fritz von Tarlenheim, descobrem, desesperados, que alguém colocou uma droga sonífera no vinho favorito do futuro rei – que nunca ninguém bebia com ele – e o principal candidato a vilão é o príncipe Michael, meio irmão do quase coroado soberano, que quer a coroa e se beneficiaria imensamente se Rudolf não aparecesse na coroação. Que vai acontecer naquele mesmo dia, dali a algumas horas.
Sapt e Fritz, reparando na coincidência divina que colocou um inglês bem educado idêntico ao rei no meio da história, implora a Rudolf que finja que é o rei só durante a coroação, que faça o juramento, coloque a coroa na cabeça, e depois saia do país às pressas antes que qualquer pessoa descubra o ocorrido.
Depois de muitos argumentos, Rudolf concorda com a parada.
Só que é claro que nada sai como planejado.
O príncipe Michael, ao ver seu meio irmão sendo coroado quando ele tem certeza de que ele estaria dopado, manda seu associado Rupert de Hentzau ver o que está acontecendo.
Rudolf se apaixona perdidamente pela noiva do rei, a princesa Flavia – que se apaixona de volta, sem saber porque o rei está tão diferente hoje se foi sempre um chato antes.
Sapt e Fritz perdem o rei, que é raptado por Rupert e colocado na fortaleza de Zenda, o que obriga Rudolf a fingir por mais algum tempo…
Será que ele conseguirá resistir à tentação de se declarar para a princesa Flavia? Será que conseguirá manter sua honra ao participar de tão complicada farsa? Será que Michael manterá o rei vivo ou será que Rudolf será “forçado” a ser rei para sempre? Será que a amante de Michael, uma atriz francesa, conseguirá ajudá-los a salvar o rei?
Bom, gente, temos que lembrar várias coisas a respeito desse livro. Primeiro que é um dos livros mais famosos de aventura de todos os tempos e se você não leu ainda o que você está esperando.
Segundo que foi escrito em 1894 e a trama, especialmente a de romance, envelheceu meio mal, então dá um pouco de sono toooodos os pensamentos “impróprios” que o Rudolf tenta suprimir ao ver a estonteante e maravilhosa princesa Flavia – que é o ideal de mulher bela, pura, casta, honrada e zzzzzz.
Mas ó, tirando isso.
Vale muito a pena. A trama cheia de reviravoltas deixa o livro inlargável até o último segundo; os personagens são incríveis e apaixonantes (meus favoritos são o próprio Rudolf, em quem aposto que a Agatha Christie se baseou para criar meu personagem favorito dela, Anthony Cade, e o “vilão” príncipe Michael, que eu acho um injustiçado); a ambientação é super bem feita, e deixa a história com uma pegada de capa e espada muito empolgante. Tudo faz com que o livro seja um dos melhores do universo e te deixa com aquela sensação de que não se fazem mais livros como antigamente.
Adendo: fizeram várias versões para o cinema: dizem que a mais legal é a de 1939 (eu assisti a da década de 50, com a Deborah Kerr, e é bem ok), mas tem que garimpar para conseguir achar.
E não leiam a continuação que é um lixo.
Título Original: The Prisoner of Zenda (1894)
De Anthony Hope (Reino Unido)
Tem uma continuação lixão chamada Rupert of Hentzau
Interessante, mas não sei se eu leria… Acho que não faz muito meu estilo…BeijokasJehwww.starbucksandbooks.org
Tenho que ler esse livro pra escola, e eu achava que o livro era suuuper entediante, mas li o resumo aqui e percebi que é bem o meu tipo. Obrigadaa