Maio 19, 2024
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Na Terra do século XXIII, uma raça alienígena tecnologicamente bem mais avançada ameaça a humanidade. Com corpos semelhantes a insetos, são chamados de abelhudos e estão prestes a lançar um ataque que vai dizimar a Terra.  Em busca do futuro exército que vai defender a Terra contra os abelhudos, um órgão mundial mantém as crianças sob constante monitoração (com um chip na cabeça delas) para identificar as mais inteligentes e com maior poder de liderança. As escolhidas são enviadas para uma Escola de Combate localizada na órbita da Terra.

As leis contra a superpopulação fazem com que os casais precisem de permissão para terem mais de um filho. Os Wiggin, no entanto, fizeram um trabalho tão bom com seu primeiro filho Peter (que foi considerado agressivo demais) e com sua segunda filha Valentine (que foi considerada agressiva de menos) que o governo do mundo solicitou que eles tentassem novamente para de repente conseguir a mistura genética perfeita.

E então nasce Andrew, que todos chamam de Ender por ser o ‘último’ da família, e que é constantemente zoado por ser um terceiro. Ender tem os escrúpulos de preservação e compreensão do outro de Valentine, mas sob pressão acaba sendo violento como Peter. Essa combinação é considerada perfeita pelo pessoal da Escola de Combate, que decidem que Ender será o general do futuro exército.

Para que ele se transforme no líder que eles querem, os professores permitem que Ender seja hostilizado por ser tão pequeno e tão inteligente, o colocam em situações de exposição e humilhação propositadamente e o impedem de fazer amigos – tudo com o nobre propósito de fazê-lo uma pessoa independente que não pode confiar em ninguém para conseguir sobreviver.

E isso tudo acontece quando Ender não tem mais do que sete anos de idade.

Enquanto Ender tenta superar as provações da Escola de Combate, achar um jeito de derrotar os abelhudos, decidir se quer mesmo sucumbir ao lado violento que herdou de Peter, e  descobrir qual é a do jogo interativo que parece bem mais complexo do que deveria ser, os irmãos de Ender não param de ser geninhos aqui na Terra. Peter prevê que o mundo voltará a entrar em guerra assim que os abelhudos forem derrotados e tem toda a intenção de dominar o mundo através de um plano maléfico que inclui perfis falsos de internet e a ajuda relutante de Valentine.

Esse livro é considerado um clássico da ficção científica juvenil, e é fácil se apaixonar por ele. Com uma história envolvente, personagens incríveis e uma ambientação genial, tem tudo o que um livro futurista deveria ter com o bônus de ter crianças protagonistas que não são ao mesmo tempo gênias e fragilizadas.

A história retornou aos holofotes recentemente, quando finalmente conseguiram tirar a adaptação do papel e o filme foi lançado, e fiquei muito feliz porque o livro merece várias chances de ser lido. O autor é bem babaca e acha que heterossexuais sofrem preconceito na sociedade atual, mas felizmente nada dessas opiniões idiotas transparece no livro – dá pra ler sem medo. Inclusive achei as opiniões do cara bastante contraditórias: como ele vem falar de xenofobia e medo do que é diferente se depois fica de choro com as lutas da comunidade LGBT?

A discussão sobre separar o autor da obra vai longe, e não vou entrar nela hoje. O livro continua sendo um dos meus favoritos da ficção científica, pela forma como é escrito e pela ambientação inteligente.

Ender’s Game (1985) de Orson Scott Card. Série Ender’s Game Livro 1.

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