Maio 19, 2024
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Kinsey Millhone é uma detetive particular numa cidadezinha da Califórnia.

Um dia uma moça chamada Nikki Fife aparece para contratar Kinsey. Nikki passou os últimos oito anos na cadeia por ter matado seu marido, o advogado de divórcios Laurence Fife, mas diz ser inocente e quer que Kinsey descubra quem é o verdadeiro assassino.

O livro foi publicado no início da década de 80, onde máquinas de escrever, telefones públicos e câmeras manuais eram as principais aliadas de um detetive particular.

Kinsey dirige até Las Vegas, Los Angeles e mais outras cidadezinhas por ali por perto para tentar reabrir um caso encerrado há oito anos, mesmo sem ter certeza da inocência de Nikki.

O livro me incomodou por alguns motivos. O primeiro deles foi o de que até 40% do livro nada acontece. Claro, Kinsey se depara com os personagens da trama e tal, mas é tudo tão monótono e sem sentido que eu quase larguei a leitura umas três vezes.

O segundo motivo foi o de que eu soube quem era o assassino assim que ele apareceu na trama. Tudo bem que talvez a super-surpresa-no-fim não fosse a intenção da autora, mas mesmo assim não gosto tanto de policiais que têm assassinos óbvios e Kinsey pareceu surpresa o suficiente com o resultado das investigações.

Outra coisa bem sem graça é que Kinsey tem a personalidade de um brócolis, o que fica pior devido a narrativa em primeira pessoa. As coisas vão acontecendo em volta dela, e ela só reage quando 1) é um assassinato! ou 2) tem um homem querendo levá-la pra cama.

Ficamos sabendo pouquíssimo da personagem, e mesmo assim por causa de cenas bizarras como um suspeito pedindo para interrogá-la depois de ser interrogado. É como se o narrador mal estivesse participando da história – que seria o caso se o narrador não fosse o protagonista.

No final do livro ficamos sabendo que ela não gosta de cachorros, que ela tem dificuldades para entrar em um relacionamento e que ela gosta de correr. E só. A personalidade dela é um completo mistério. Ah. E ela teve uma experiência traumática com a morte dos pais que aparentemente ela gosta de relatar a completos estranhos.

A personagem está há alguns anos nessa vida de detetive particular, mas se irrita quando pessoas não respondem às suas perguntas e dorme com suspeitos e se sente desiludida quando um dos clientes não faz o que ela quer que ele faça em relação a um caso. Ou seja, me parece uma completa amadora. Quando é um caso do tipo Stephanie Plum, onde a história começa com ela participando desse tipo de coisa pela primeira vez, o leitor até perdoa. Mas no caso de uma veterana na profissão que nem Kinsey, as reações dela me pareceram muito mirins.

Admito que eu provavelmente não teria me importado com tudo isso se o final do livro não fosse tão sem graça. A própria detetive se questiona a respeito de alguns fios soltos e depois eles não são resolvidos.

No entanto, essa é uma série famosa de vários volumes (A is for Alibi, B is for Burglar, C is for Corpse, etc), então quem sabe nos próximos volumes a coisa melhora.

Aliás, se o nome do livro é A de Álibi, me explica porque um álibi nem sequer é mencionado (e muito menos é relevante) durante a trama?

A is For Alibi (1982) de Sue Grafton. Série Kinsey Millhone Livro 1.

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