Novembro 21, 2024
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O Prior Robert tinha um sonho. Vai ao País de Gales para buscar as ossadas de uma santa que fazia milagres. A ideia é que a Santa Winifred trará muito mais fama e visitações à Abadia de São Pedro e São Paulo, em Shrewsbury, onde vive o Prior – e a justificativa dada aos galeses é que ela conseguirá muito mais louvor e devoção na grande abadia do que no túmulo abandonado.

O Irmão Columbanus tinha uma ambição. Filho de uma nobre família normanda, até na clausura procura a fama – mesmo que seja de um modo pouco apropriado a um monge. Diz ter sido curado por Santa Winifred e fará de tudo para conseguir as vontades do Prior.

O Irmão John tinha um problema. O jovem estava bastante seguro da sua vida monástica, até chegar ao País de Gales e conhecer a bela Annest, filha do ferreiro. Por acaso, justamente aí que começaram suas dúvidas.

O Irmão Cadfael tinha um passado. Vivera por quarenta anos no mundo antes de se dedicar ao claustro, e agora era convocado como intérprete nessa viagem a seu país natal. Só que quando os aldeões de Gwytherin se recusam a deixar que a santa mude de lugar, o intérprete se vê concordando com seus compatriotas mas tendo de ser ao mesmo tempo fiel aos seus superiores na ordem.

O maior opositor dos monges é Rhisiart, um abastado senhor de terras da região. Ele é o mais vocal nas discussões, é o mais hábil ao perceber a ambição do prior, e o mais eloquente ao dar voz aos seus conterrâneos. Quando ele é encontrado morto logo após o início das negociações, o Prior brada que a santa fez seu desejo claro: ela destruiu o opositor à sua mudança!

Cabe ao Irmão Cadfael, com sua experiência nos campos de batalha na Palestina, mostrar a todos que Rhisiart foi morto não por raio divino, mas por uma flecha – atirada por mãos humanas.

E a lista de suspeitos parece se resumir a um estrangeiro, homem sem terra inglês apaixonado pela filha de Rhisiart. Mas Cadfael conhece bem demais seus colegas do claustro para descartar o envolvimento até mesmo dos mais fervorosos.

Primeiro dos livros do monge-detetive Irmão Cadfael, essa história passada no século XII consegue ser divertida, cativante e emocionante ao mesmo tempo em que parece retratar com fidelidade a época medieval.
Cadfael é cético sem ser ateu, sensato sem ser moderno e inteligente sem ser todo-poderoso. Nada de “nossa, como não tinha visto isso antes!” como seus colegas Poirot e Holmes. Cadfael é um detetive com imensas dificuldades: numa época em que as grandes descobertas científicas se resumiam à utilização das sementes de papoula pra induzir o sono, a criminalística forense era algo praticamente inexistente. Apesar disso, a autora consegue fazer com que as deduções do monge sejam extremamente verossímeis – partindo do princípio, é claro, que tanto o País de Gales, onde o personagem nasceu, quanto a Terra Santa, onde ele passou a juventude, eram infinitamente mais avançados na época do que a atrasada Inglaterra.

Um livro que vale a pena para quem gosta de romance policial e também para quem curte as histórias que se passam na Idade Média com base em momentos históricos reais, é uma leitura ágil, fácil e divertida. Recomendo imensamente!

A Morbid Taste for Bones (1977) de Ellis Peters. As Crônicas do Irmão Cadfael – Livro 1

Leia também minha resenha do livro 2.

6 thoughts on “Um Gosto Mórbido por Ossos | Ellis Peters

  1. Ahhhh que resenha ótima!!! Tinha ficado super curiosa à respeito do irmão Cadfael (vc tinha comentado no meu blog), eu adoro romances policiais e com este misto de história como “plus”, fica realmente interessante!!!!!Vou procurar na estante virtual!bj

  2. Adorei sua resenha!Me deixou curiosa quando disse que é para quem gosta de romance policial.Adoro ler romance policial um dia quero conseguir escrever um decentemente rs os autores desse gênero são incríveis!Beeijo =)

  3. AH! Eu sou apaixonada por ficção histórica, estou com livros p/ ler que são uma maratona!! “Mundo sem Fim” tem 1000 pags, mas tenho até medo de pega-lo pa ler. rsrsObrigado pela dica!bjs

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