O Livro: Campo de Batalha – Terra
Por mais que o livro seja rodeado de polêmicas – dizem que o autor escreveu o livro para dar início à sua religião louquinha, a cientologia – eu gostei mesmo e é isso aí. A história acompanha Terl, um alienígena ambicioso no futuro da Terra quando os alienígenas dominam o mundo e os humanos são pouco mais do que homens das cavernas, que resolve pegar uns humanos pra escravizar, minerar uns metais ilegalmente e deixá-lo rico.
Pra que os humanos possam operar as máquinas necessárias para completar seu plano, Terl é obrigado a ensinar os humanos algumas coisas. Mas, como todos sabemos, os humanos aprendem rápido demais, e logo Johnny Tyler, o primeiro humano que Telr capturou, resolve ter idéias de livrar a terra dos ETs malignos.
Longo, empolgante e interessante, pelo menos pra mim, esse livro foi um achado. Gostei muito da história, dos personagens e da pegada futurista de ets-dominaram-o-mundo-e-agora. Tem muita gente que não gosta do livro por causa do Hubbard, que de fato é um idiota, mas isso pra mim é preconceito. Eu não acho que vai sair uma mão maligna do livro entrando no meu cérebro me transformando em cientologista, então pra mim o livro é um bom passatempo e é isso aí.
O Filme: A Reconquista
Eu acho que eu ouvi falar tão mal desse filme e tava esperando um negócio tão pior que eu até me diverti. A Reconquista é considerado um dos piores filmes do universo em qualquer lista minimamente respeitável de piores filmes.
Enfim, também por causa do livro, e sem esperar mais nada além de um “bom filme ruim”, saí nessa cruzada épica que é ver um filme que tanto ninguém quis fazer, que o John Travolta – que é cientologista e queria mostrar pro mundo a grande mensagem do livro, será – teve que tirar dinheiro do próprio bolso pra produzir a história.
Livro x Filme
Ai, gente, por onde começar? Se o filme é ruim sozinho, como lidar com a questão da adaptação? Tá que o John Travolta ia fazer dois filmes, e portanto a história pára no meio (o filme foi um fracasso tão grande nas bilheterias que o segundo não foi sequer pré-produzido), e tá que o livro é gigante, mas humanos que lutam com tacapes aprenderem a usar caças de guerra em uma semana é meio forte demais pra qualquer um.
E aí tem a história do gás. Um dos pontos cruciais da trama é que os alienígenas não respiram o ar da Terra, e por isso usam uma máscara com o gás lá deles. E os humanos, claro, não respiram o gás dos ETs. Isso é importante por causa de um monte de coisas, mas teria dado pra tirar isso do filme sem problemas.
Só que não tiraram. Deixaram, só que só até a metade. Então no começo do filme os humanos têm que usar um respirador quando estão dentro de um prédio dos ETs e Terl tem que usar uma máscara quando vai sair na rua.
Mas isso é simplesmente ignorada do meio do filme pro final; desde quando humanos conseguem ficar QUATRO MINUTOS prendendo a respiração e o que fazem aquelas coisas engraçadas no nariz da galera? Filtra o gás pros humanos e o ar pros ETs? Sem o menor sentido.
Outra dificuldade que os humanos têm para tomar a terra de volta é que os ETs são maiores que os humanos. Na verdade, de acordo com o livro, os ETs têm mais de três metros de altura, pesam mais de 300 quilos e são inteiramente peludos e de olhos amarelos.
E aí, no filme, acho que por falta de orçamento, eles usam SAPATOS DE PLATAFORMA por baixo da calça pra ficarem mais altos, dreadlocks mal feitos e lentes cor de mel.
Como levar a sério um vilão que usa sapatos plataforma?
E a lista continua. Na verdade a questão é que o filme é mais do que uma simples adaptação que deu errado: é um filme que deu errado por inteiro. Ser considerado o pior filme de todos os tempos não é pra qualquer um. Mas, se você gosta de assistir podreira, po que não? Mas considere-se avisado.