Novembro 21, 2024
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Jane Wilkinson, a.k.a. Lady Edgware, uma bonita e sedutora atriz, pede que Poirot convença seu aristocrático marido a se divorciar dela, pois que se casar com outro e o marido não quer concordar com o divórcio.
Poirot faz o que ela pede, indo se encontrar com o complicado Lord Edgware. Que diz que ele concordou com o divórcio seis meses antes. Intrigado, Poirot volta a falar com a atriz, que se mostra devidamente espantada com tal fato e procede alegremente a falar com seu advogado para arranjar o desquite.

Na dia seguinte, Lord Edgware é encontrado morto em seu escritório, e o mordomo diz que a última pessoa a tê-lo visto vivo é sua esposa, que pediu para vê-lo na noite anterior. A polícia se move para prender Jane Wikinson, mas encontra uma complicação: na noite anterior, ela havia passado três horas num jantar com mais doze pessoas, e não havia saído da mesa por tempo suficiente para ter cometido o crime. As doze pessoas, que não eram os melhores amigos da atriz, são testemunhas confiáveis que colocam a polícia numa situação difícil: a secretária e o mordomo de Lord Edgware dizem que Jane estava no escritório do marido. E os doze convidados do jantar dizem que ela estava com eles na hora em que o crime foi cometido.

Poirot, por ter sido envolvido no caso logo no início, fica intrigado com alguns pontos inexplicáveis e se aproveita da atividade do inspetor Japp, que precisa urgentemente de ajuda no caso, para tentar descobrir a solução para eles.

Entre os outros suspeitos do crime estão a filha e o sobrinho do falecido, mas Poirot pouco se interessa por isso: ele quer saber o que aconteceu com a carta que Lord Edgware diz ter mandado à esposa seis meses antes dizendo concordar com o divórcio. Ele quer saber quem fez a ligação que Lady Edgware respondeu durante o jantar. E outras coisinhas que só ele parece entender de que forma se relacionam ao crime.
Além disso, existe Carlotta Adams, uma jovem atriz especialista em imitações, que fora encontrada morta na manhã seguinte ao crime e com quem Poirot achou uma peruca loira idêndica aos cabelos de Jane Wilkinson…

Agatha Christie sabe inventar um mistério como ninguém, e esse não é exceção. É um ótimo livro policial, com uma trama bastante satisfatória e reviravoltas competentes. O problema, como sempre, é a narrativa de Hastings, que mais uma vez se sente ofendissíssimo com o fato de Poirot ler uma carta particular (segundo Hastings, isso é “quebrar as regras do jogo” = sono), e que mais uma vez se pergunta se Poirot não está ficando louco a cada vez que ele para de entender o que o amigo belga está dizendo (o que, convenhamos, acontece muito), e que mais uma vez acha que Poirot é desastrado porque está ficando velho (e não porque ele está interessado em surrupiar algo do bolso do seu interlocutor). Mas felizmente esse problema não chega a estragar o livro, primeiro porque eu consegui, depois de tantos anos, ignorar Hastings quase que completamente, e segundo porque nesse livro ele está menos irritante mesmo: a autora delega a Japp o papel de estar sempre em desacordo com as idéias de Poirot.

De qualquer forma, é uma excelente leitura, digna dos melhores da autora. Vale a pena.

Lord Edgware Dies / Thirteen At Dinner (1933) de Agatha Christie (Reino Unido)

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