Em um mundo fantasioso onde há várias luas e os mares são de esporos que explodem em contato com a água, Tress é uma garota comum. Ela limpa janelas, cozinha para os pais e é apaixonada por Charlie, o jardineiro da casa do duque.
Só que Charlie na verdade, e ela sabe disso, é o filho do duque. E ele vai ter que casar com alguma nobre apontada pelo rei. E quando o duque o obriga a sair da ilha para procurar uma noiva, ele promete a Tress que vai ser o mais entediante de todos os pretendentes. Quando nenhuma princesa quiser se casar com ele, ele vai voltar para Tress.
Alguns meses depois da partida, o duque retorna com seu herdeiro casado! Mas ele não é Charlie, e sim um primo distante. Charlie na verdade foi raptado pela Feiticeira, um ser terrível que vive no mar da meia noite. Tress então não tem outra escolha senão partir da ilhota onde vive para resgatar Charlie das garras da feiticeira.
Apesar de descobrir que seu navio é um navio de contrabandistas, a coisa fica ainda mais séria quando os contrabandistas são atacados por piratas, e Tess não tem escolha senão juntar-se a eles.
Eu poderia dizer que a história do livro é “só” essa jornada, já que as coisas vão acontecendo de forma previsível no sentido de que tudo acaba bem. Mas como assim, são quase quinhentas páginas contando uma simples viagem do mar esmeralda até o mar da meia noite?
Fantasia e ficção científica – com piratas
Brandon Sanderson conseguiu uma narrativa única, cheia de particularidades engraçadas, e ao mesmo tempo nojentas. Se bem que ele pede desculpas, dependendo da cena, por ter contado essa parte). A ideia de que é um livro que conta a história de Tress mas também está em primeira pessoa – e só sabemos quem é o narrador lá pelo primeiro terço do livro – é muito original, nunca tinha visto antes. Assim como o mar de esporos que caem das luas e explodem. Inclusive é assim que conseguem criar “armas de fogo”, com mecanismos de explosão de esporos em contato com a água.
Tress é uma garota fora do comum também justamente por aprender a mexer com esses esporos. Eu tenho que admitir que não entendi absolutamente nada da parte “científica” do livro, quando ela se mete a experimentar com os esporos. Sou mais da área da magia – gostei muito dos esporos da meia noite.
O que me atraiu a esse livro foi quando me disseram que seria inspirado por O Noivo da Princesa. Fui cética e quebrei a cara: a narrativa é uma modernização excelente de William Goldman, com o ponto exato entre estranho, fantasioso e divertido. Adorei o estilo conto de fadas, achei a ambientação fascinante e me apaixonei pela protagonista. Recomendo.
Tress of the Emerald Sea (2023)