Scarlet Benoit é uma jovem que vive com a avó Michelle numa fazenda na França. Ela é linda, ruiva e esquentada, e anda muito preocupada porque sua avó desapareceu há duas semanas e ninguém parece se preocupar com isso – a polícia acha que ela foi embora porque quis ou se suicidou e as pessoas acham a avó de Scarlet completamente louca e não fazem questão de se envolver. Quando ela entra numa briga no restaurante que está entregando mercadoria, é ajudada por um bonitão tímido, silencioso e com hábitos estranhos que diz se chamar Wolf e pede emprego na fazenda. Reparando nos olhos profundos, na tatuagem no braço e nos músculos do cara, Scarlet no entanto é capaz de recusar empregá-lo porque aparentemente algum tipo de bom senso ela tem pra não pegar um completo estranho pra ficar sozinho com ela na fazenda.
Mas quando o pai dela – que havia sumido há anos – aparece todo machucado, falando que foi torturado pelos que raptaram a sua avó, Scarlet tem todas as suas piores suspeitas confirmadas. O pai dela está paranoico, dizendo estar sendo seguido, revirando todas as coisas da mãe pra encontrar o que o pessoal queria. E ele descreve a tatuagem do seus torturadores: um símbolo idêntico ao que Scarlet viu no braço de Wolf. Ela manda o pai embora e vai atrás de Wolf pra exigir que ele a leve até sua avó, e ele fala que pode ajudá-la mas jura que não teve nada a ver com a história – ele saiu do grupo maligno antes mesmo deles terem pensado em raptar a avó dela – e ela acredita em tudo e resolve aceitar a ajuda dele.
Enquanto isso, Cinder consegue escapar da prisão onde tinha sido jogada com a ajuda de uma nova mão biônica e da nave de um conveniente ladrão com quem ela tromba durante a fuga. Ela resolve que vai pra Europa dar uma passadinha na casa de Michelle Benoit, que ela acha que a ajudou quando era criança, e aí tromba em vez disso com Scarlet e seu lobo de estimação.
Assim como aconteceu com Feita de Fumaça e Osso, essa série começou bem e teve um segundo volume bem do mais ou menos. É esperar pra ver, já que a autora já publicou um terceiro volume e prometeu um quarto, mas se for continuar desse jeito a coisa desanda fácil.
O meu problema com esse livro pode se resumir em dois pontos. 1 – protagonista burra. Tá que a história é pra ser uma releitura do conto da Chapeuzinho Vermelho e ela é uma das protagonistas mais burras da história dos contos de fadas, mas isso não justifica a idiotice dessa Scarlet. 2 – divisão de tramas. Eu gostei da Cinder. A história da Cinder é legal. Eu quero saber o que acontece com ela. E aí eu sou obrigada a dividir o meu tempo com a história chata e previsível da Scarlet? Aí não, né. Outro ponto incômodo é a aleatoriedade das decisões dos personagens, o que deixa muito a impressão de que a autora queria que as coisas acontecessem de um certo jeito e não fez o menor esforço pra justificar a trama. A Cinder precisa de uma nave? Beleza, vamos colocar um cara pra ela fugir junto, mesmo que ele não faça absolutamente mais nada na história além de ter a nave. A Cinder e a Scarlet precisam se encontrar? Beleza, a Cinder decide ir pra Europa porque sim, mesmo tendo todo um grupo pra ajudá-la na África. Para quem gosta de romances melecosos do tipo “não posso ficar com ele mas não consigo resistir” , esse livro também é um prato cheio – e vocês sabem que não tenho a menor paciência pra isso.
Eu ainda li tudo muito rapidamente, ainda fiquei interessada num próximo volume, e ainda acho o mundo da autora muito legal. Mas essa segunda incursão mostrou que a moça ainda precisa de mais treino antes de se aventurar por uma trilogia e que ela não é tão boa assim de personagens.
Scarlet (2013) de Marissa Meyer. Série Crônicas Lunares Livro 2.
Parabéns pelo blog Teacher. Tá bem bacana. Clean, simples. bonito 😉
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