Hector Bowen, melhor conhecido como Próspero, é um mago que se disfarça de mágico. Ele tem o desprezo de seu colega Alexander H, que acredita que mostrar a magia às pessoas é de mau tom, ainda mais disfarçando-a como mera ilusão de mágicos de circo.
Celia é a filha de Hector, entregue a ele após o suicídio da mãe. A menina logo demonstra ter poderes similares aos do pai. Sem hesitação, Hector propõe “mais uma competição” com um aluno de Alexander, e Celia, mesmo sem saber do que se trata tal competição, não tem escolha a não ser se esforçar para atingir o patamar que o pai exige dela. Enquanto isso, Alexander escolhe um aluno para competir com Celia no futuro: o órfão Marco.
Celia e Marco terão de entrar num jogo de magia e ilusão para provar quem é melhor, e o local escolhido para isso é o Circo da Noite.
Eu gostei de quase tudo nesse livro. A primeira coisa que me chamou a atenção foi a qualidade das imagens criadas pela autora. É possível visualizar as tendas do circo com os mínimos detalhes. Aparentemente isso escapou a alguns críticos mais limitados, mas o livro me pareceu uma declaração de amor ao circo tradicional com uma enorme gama de imagens empurrando a narrativa.
O visionário Lefèvre, o idealizador e o investidor do circo, e depois Herr Thiessen, um dos maiores amantes do local, são ambos personagens interessantes em busca da matéria dos sonhos.
Outra coisa de que gostei foi o recurso da autora de escrever sobre o passado e o futuro alternadamente – cada capítulo começa com a data em que a ação ocorre (e se fizermos as contas, dá pra descobrir várias coisas sobre a história usando as datas) e é interessante ficar adivinhando o que aconteceu com o passado para gerar as ações descritas no futuro.
Bailey, um garoto de fazenda no meio dos Estados Unidos, é o centro da ação que acontece no futuro, lá pelos início do século XX. O resto da ação ocorre no final o século XIX, com toda a atração que as roupas, os chapéus, as sombrinhas, os vestidos e os corseletes obviamente causam na autora influenciando muito as imagens que ela cria.
A terceira coisa de que gostei muito foi Tsukiko, uma personagem incrível, misteriosa, sábia e que sempre está por dentro de mais coisas do que aparenta. O papel dela no clímax do livro é lindo.
A história é boa, mesmo que um pouco lenta. A alternância entre passado e futuro disfarça bem essa lentidão, no entanto, e as coisas ficam bem empolgantes lá pelo final.
Eu acho que o problema foi que o livro não é sobre o casal protagonista, como muitas leitoras começaram a pensar. O livro é sobre o circo e os sonhos e as imagens que ele carrega. Isso faz com que o casal fique meio apagado (literalmente, há!) e nem sempre seja o centro das atenções da trama.
Talvez a sensação de que “nada acontece” que alguns leitores sentiram tenha vindo desse fato, de que os “personagens principais” não são os principais. O personagem principal é o circo, foi com ele que eu me identifiquei e foi com ele que eu me preocupei no final. As palavras de Tsukiko a Celia (quando ela a chama de egoísta) foram excelentes e resumiram tudo o que eu pensava sobre o drama todo.
Celia sempre foi minha favorita: a mais forte, a mais criativa. Marco – talvez por ele estar longe da ação por bastante tempo – ficou meio chatenho, uma hora declarando seu amor eterno e outra hora deixando coisas horrorosas acontecerem com Tara e Herr Thiessen. Um bocó. Ele não parece perceber como as ações dele afetam os outros; na verdade eu o achei pior do que os dois mestres por ele pagar de bonzinho. Os dois mestres são incapazes de ver o sofrimento e o amor porque são mais velhos do que o mundo, mas Marco tinha a obrigação de ter uma percepção maior.
Celia tinha; por isso ela tentou fazer as escolhas dela de acordo, tentando ao máximo preservar o circo.
Herr Thiessen e Bailey estão na história pra mostrar o que o circo pode fazer com a vida de uma pessoa, e de certa forma legitimizar os sacrifícios de Celia.
A única coisa de que não gostei foi o final.
Spoilers.
Fim dos spoilers.
Se você gosta de narrativas fora do comum, com imagens fortes priorizadas em vez de ações e diálogos, leia o livro. Eu, que sou menos fã desse tipo de coisa, admito que, apesar de me encantar com o mundo criado pela autora, me enchi um pouco das descrições no final e pulei vários parágrafos, até achar um diálogo. E, também, porque não queria saber de labirinto e jardim de gelo e relógio fabuloso nenhuns, queria mesmo é saber o que ia acontecer no final!
Não é um romance tradicional, não é uma história de Romeu e Julieta, não é um livro infanto-juvenil. Acho que no fim ele sofre do mesmo problema que afetou a trilogia Jogos Vorazes, com a diferença de que aquele mirou em muita coisa e não acertou nada e esse não disse a que veio e deixou os leitores descobrirem do que se tratava.
Mas é um livro agradável, de leitura fluida e imagens fascinantes, que dá bem pra passar o tempo.
Recomendo.
The Night Circus (2011)
Eu tenho vontade de ler esse livro há algum tempo,vamos ver neh!beijos!http://livrosobaluzdalua.blogspot.com.br/
Eu estou lendo o livro, por isso pulei os spoilers..rsrs….. estou gostando, apesar de realmente estar achando o livro bem lento…. Beijussss;http://hipercriativa.blogspot.com.br/
Estou com vontade de ler esse livro, mas estou numa fase meio romântico,por isso pergunto: Tem ou não tem romance nesse livro??rs, pelas resenhas que li parece que não tem =)Beijos estou te seguindo gostei do seu blog XDBjoshttp://entrelivrosesonhos.blogspot.com.br/
eu tenho muita vontade de ler este livro, mas ele tem romance?? é que eu estou numa fase meio romântica agora kakakakaBeijos ótima resenha ^^http://www.entrelivrosesonhos.blogspot.com.br/