Quando o seu médico recomenda ar fresco e temperaturas quentes, Miss Marple fica muito agradecida ao ganhar uma viagem ao Caribe do seu sobrinho, o famoso escritor.
Ao chegar nos trópicos, no entanto, Miss Marple fica um pouco desapontada. Apesar do tempo sempre lindo, das paisagens de tirar o fôlego e do hotel simpático onde está, ela não pode deixar de sentir falta do burburinho da sua cidadezinha natal de St. Mary Mead.
Mas ela logo se cura desse tédio, já que as coisas começam a acontecer – coisas a que ela está mais do que acostumada.
Uma manhã, um velho coronel de olho de vidro e conversa chata conta a Miss Marple uma história longa sobre um amigo de um amigo que uma vez tirara uma foto de um assassino. Quando o coronel tira a foto da carteira, no entanto, arregala os olhos, gagueja e muda de assunto rapidamente, deixando Miss Marple um pouco confusa. Ela olha em volta e vê que há dois casais entrando pela porta do salão, os Dysons e os Hillingdons.
Miss Marple nem pensaria mais no assunto, mas no dia seguinte o Major é encontrado morto em seu quarto, tendo tomado uma overdose de um remédio para pressão alta.
Só que Miss Marple nunca ouviu o Major reclamando de pressão alta; nunca o viu tomando o tal remédio e, quando joga um charme no médico e tenta reaver a tal fotografia do assassino, descobre que alguém a tirou da carteira do coronel.
Mais do que suspeitosa da situação, Miss Marple quebra a cuca para tentar descobrir o que pode sobre o coronel e sobre a tal história do assassino que ele vivia contando. Só que, sabendo que ninguém levaria a sério uma senhora que aparenta 90 anos, ela tem de trabalhar com cautela.
Felizmente ela encontra um aliado bastante incomum, porém bastante apropriado para o caso: o bilionário Mr. Rafiel, que está também com seus cem anos de idade e bastante doente – inválido, inclusive – que se interessa pelo caso, gosta de Miss Marple e resolve ajudá-la a descobrir tudo sobre o assassinato.
E sabe, não importa o assassinato, gente. O que importa é o Mr. Rafiel. Como de vez em quando acontece, a Agatha Christie consegue criar um personagem tão bom, mas tão bom, que ele aparece na nossa frente. O livro vale a pena por causa dele – e ele fez tanto sucesso que a autora resolveu “ressucitá-lo” (muitas aspas) numa história que se segue a essa – mas que não é tão boa.
A personalidade forte do Mr. Rafiel, o mistério que não combina com o clima maravilhoso e a paisagem perfeita das ilhas caribenhas, tudo contribui para que esse seja um dos melhores livros da autora.
A Caribbean Mystery (1964) de Agatha Christie (Reino Unido)
Ainda não li nada da Agatha Christie, mas pretendo. Gostei da resenha. Ter personagens bem construídos é o que torna um livro bom, na minha opinião.Lindo blog.Beijos.http://navirj.blogspot.com.br