Em 1928, a estilosíssima Phryne Fisher, recém chegada a Melbourne, decide se tornar detetive particular. Dessa vez ela precisa dar conta de um caso que parece inexplicável: um aviador grandalhão ruidoso é acusado de ter matado o pai – mas a mãe e irmã dele bradam sua inocência. Ele é dono de um campo de aviação, e Phryne pede ajuda de Bunji Ross, sua amiga aviadora, para resolver o caso. O pai do cara foi encontrado com a cabeça amassada no seu próprio jardim. A arma do crime foi claramente um tijolo que está ali, mas a polícia não tem dúvidas de que o filho do cara foi o assassino, já que eles brigavam muito. Enquanto os ajudantes de Phryne procuram alguma testemunha que tenha visto o grandalhão em algum lugar na hora do crime para inocentá-lo, Phryne vai atrás do noivo da irmã do acusado, já que ele é um dos suspeitos. O véio que morreu era um insuportável que só brigava com o filho, maltratava a mulher e abusava da filha. Ninguém chorou pela morte dele.
Além disso, uma menininha de seis anos é raptada e Phryne precisa encontrá-la antes que a polícia entre no caso, já que os sequestradores mandaram aquela carta padrão que se eles envolverem a polícia a menina vai sofrer. A menina tem seis anos, é filha de um outro aviador, que ganhou uma fortuna na loteria e virou alvo de sequestradores. A menina tem muita personalidade, no entanto, e seguimos a situação dela de forma menos pesada do que eu imaginava. A primeira coisa que ela faz é vomitar no sequestrador, a abençoada.
Phryne não tem dificuldades para resolver o crime do aviador, mas vai precisar de toda ajuda possível para resgatar a menina antes que alguma coisa terrível aconteça.
Phryne é minha nova detetive favorita: ela usa roupas fabulosas, tem dinheiro à beça, é altamente promíscua, curte bom vinho e boa cozinha – enfim, tudo o que eu quero ser quando crescer. A cena de Melbourne dos anos 20 foi cuidadosamente reconstruída pela autora, e os personagens coadjuvantes que ajudam Miss Fisher são ótimos. Dot, a dama de companhia religiosa, Bert e Cec, os taxistas comunistas, e Mr. e Mrs. Butler, os empregados da casa, dão um colorido à história que é essencial. O teor feminista que está nas entrelinhas também é bem agradável, com a participação especial de uma aviadora incrível que deixa vários homens chatos no chinelo.
Flying Too High (1990) de Kerry Greenwood. Série Miss Fisher Livro 2