Novembro 21, 2024
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Essa história começa com uma das melhores premissas da série.
Nero Wolfe é visitado por James R. Herold, um milionário de Nebraska que quer encontrar seu filho Paul. O garoto foi expulso de casa anos antes por ser suspeito de ter roubado dinheiro da firma do pai, e agora que descobriram o verdadeiro culpado, o velho quer ver o filho novamente.

Com a teoria de que pessoas que querem mudar de nome o fazem utilizando as mesmas iniciais, Wolfe começa a procurar Paul Herold com um anúncio no jornal dizendo que “foi descoberto que P.H. é inocente do crime do qual foi acusado”.

Só que existe um tal de Peter Hays que está sendo julgado por assassinato, e a polícia, a imprensa e o advogado de Peter Hays ficam encucados com o anúncio de Nero Wolfe – que é claro que nega a relação.

Mas Archie Goodwin, o ajudante enérgico de Nero Wolfe, acha que aquilo tudo são conicidências demais, e resolve ir até o julgamento dar uma olhada no acusado. E aí duas coisas acontecem: o júri resolve que Peter Hays é culpado e deve sofrer a pena de morte, e Archie decide que a semelhança entre Peter Hays e a foto de Paul Herold é demais para ser descartada.

O advogado de Peter Hays, que acredita que seu cliente é inocente, pede a Wolfe uma explicação para o anúncio e para a presença de Archie no julgamento, e Wolfe abre o jogo, explicando sobre o filho sumido do milionário. Tanto o detetive quanto o advogado percebem uma vantagem na situação: se Wolfe conseguir descobrir o verdadeiro autor do crime do qual Peter Hays é acusado, é bem capaz que James R. Herold financie-os quando tentarem recorrer da decisão na corte.

Aí começa a caça ao assassino, e Archie, junto com os outros ajudantes esporádicos de Wolfe, tentam descobrir coisas que a polícia não foi capaz de achar.

Peter Hays é apaixonado por Selma Molloy, casada com Michael, um homem mais velho que é violentamente ciumento. Uma noite, Selma sai com amigos, mas Peter recebe uma ligação dizendo que “ele está começando a bater nela, venha logo” de uma voz desconhecida. Quando ele chega na casa dos Molloys, encontra Michael morto com um tiro e um revólver jogado no chão. Enquanto isso, a polícia recebe uma ligação anônima de que tinha havido tiros no apartamento dos Molloy, e quando os tiras vão verificar, encontram Peter saindo do apartamento com a arma no bolso.

A teoria do advogado de Peter é que o jovem acha que quem matou Michael foi sua esposa Selma. Mas Selma acha que Michael foi morto por Peter. Peter se recusa a colaborar com a polícia e com seu advogado pois não quer incriminar Selma e prefere ser enforcado a vê-la presa. Por isso a frase, “might as well be dead”: literalmente “preferia estar morto”, mas ele quer dizer algo como “tanto faz eu estar vivo ou morto”. Tanto Peter quanto Selma dizem a mesma coisa, pois acreditam que o outro é culpado do crime.

Já Wolfe começa a partir do ponto de que o assassino quis não só matar Molloy como deliberadamente colocar Peter Hays como culpado, e por isso sabia de antemão que Selma estaria fora de casa.
E quando esse raciocínio é seguido, a coisa fica mais séria: após o início das investigações, Johnny Keems, detetive independente contratado por Wolfe para o caso, vai interrogar os amigos que estavam no teatro com Selma.
E no dia seguinte é encontrado morto, tendo sido atropelado por um carro.

Se por um lado isso faz com que a culpa de Peter Hays seja mais duvidosa, por outro coloca um perigoso assassino à solta no meio do caso, o que deixa as coisas mais complicadas.
Uma caixa cheia de dinheiro, uma empregada gananciosa e uma bela moça que faz Archie balançar são outros elementos interessantes desse excelente policial.

Wolfe e Archie estão em sua melhor forma – a “dedução final” do gordo é uma obra-prima – e o final é do tipo que eu gosto. Com a trama impecável, os personagens interessantes e o humor característico da narrativa de Archie, esse é um dos livros imperdíveis da série.

Might As Well Be Dead (1956) De Rex Stout (EUA)
Coleção Nero Wolfe Nº 27

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