Novembro 21, 2024
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O livro começa com Arthur Calgary chegando obstinadamente à uma casa no interior. A missão dele vai ficando clara aos poucos, enquanto ele é recebido pela família Argyle com uma certa confusão e até mesmo animosidade.
O fato é que Jacko Argyle, a ovelha negra da família, foi preso alguns anos antes por assassinar sua mãe, mas morreu na prisão bradando inocência. E Arthur Calgary é o cara que pode provar que Jacko era inocente, pois confirmou, dois anos depois, o álibi que Jacko alegou na época.
A princípio, Calgary não consegue entender como a família Argyle não se botou de joelhos agradecendo pelo seu testemunho – todos pareciam pouco empolgados com a notícia e a mais nova das irmãs dele inclusive trata Calgary muito mal após a notícia. Só depois de conversar com a polícia é que Calgary se dá conta da situação: a forma como o crime foi cometido apontava para Jacko como o assassino, mas agora que ele foi inocentado, só as pessoas que estavam na casa na hora do crime poderiam tê-lo cometido.
A lista de suspeitos inclui: o marido, a secretária, quatro filhos e a antiga babá. Preocupado com a situação em que ele colocou a família (mas também já fascinado pela filha mais nova da mulher assassinada), Calgary resolve descobrir por si mesmo quem foi o assassino.

Bom. Eu gostei desse livro, tá. Os motivos do civil tentando descobrir o assassinato são melhores do que a média da autora, as descobertas que são feitas aos poucos vão deixando o leitor mais curioso e o ataque final do assassino é bem construído e cheio de tensão. O que eu não curti muito foi essa pegada de “sangue ruim” que eu vi também com a Josephine Tey em The Franchise Affair – se você é filho de um assassino, você vai ser assassino também etc – se bem que o médico diz que achava o moleque perturbado desde a infância e tals. Tudo bem que isso era uma visão da época e era aceita em geral, mas não deixa de incomodar quando é usada como justificativa para os atos dos personagens.

Depois fiquei sabendo que esse é um dos livros favoritos da própria autora. Eu acho isso legal, mas não chegou a alterar minha opinião sobre o livro – que, no fim das contas, é um policial competente mas nem de longe meu favorito dela. Recomendo pra quem curte um mistério mais caseiro e com bom enredo.

Ordeal By Innocence (1958) – De Agatha Christie (Reino Unido)

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